A maior concentração de antenas da capital paulista está nas regiões do Centro Histórico, da Avenida Paulista e no bairro Itaim Bibi.
São Paulo é a quinta cidade do país a contar com o sinal 5G; depois de Brasília, Belo Horizonte, João Pessoa e Porto Alegre. Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o edital previa que no mínimo 462 estações fossem ativadas na capital paulista até o dia 29 de setembro, mas até terça-feira a agência já havia recebido 1.378 pedidos de licenciamento das prestadoras. A maior concentração das antenas está na região do Centro Histórico, próximo à Avenida Paulista e no bairro Itaim Bibi.
Pelas regras do edital, as operadoras têm até o dia 29 de setembro para prover no mínimo uma antena de 5G para cada 100 mil habitantes nas capitais do país. A expectativa da Anatel é que a cobertura de 5G em 3,5GHz seja intensificada até julho de 2025 e que a tecnologia esteja disponível em todos os municípios brasileiros até 2029.
Estima-se que existam mais de 12 bilhões de equipamentos conectados à internet no mundo todo, um número que tende a aumentar com os benefícios trazidos pelo 5G. Luciano Carstens, gerente da área de Eletrônica do centro de ciência e tecnologia Lactec, explica alguns desses benefícios.
“As possibilidades destravadas com o advento dessa tecnologia são infinitas. Cada vez mais dispositivos e serviços estarão conectados, trazendo soluções inovadoras e até então disruptivas para as cidades, para nosso dia a dia, para o campo e para a saúde”, pontua.
Além de ser potencialmente 100 vezes mais rápido do que o 4G, o que permite que as transmissões de dados, uploads e downloads ocorram praticamente em tempo real, trata-se de uma tecnologia de baixo consumo, o que faz com que os dispositivos conectados a ela tenham baterias com maior vida útil.
O especialista explica mudanças proporcionadas pela nova tecnologia de internet móvel em diferentes áreas:
Internet das Coisas (IoT): será possível ampliar serviços como inteligência artificial, dispositivos de reconhecimento facial e soluções como processamento e leitura de imagens e veículos autônomos. Além disso, o 5G potencializa a adoção de conceitos da Indústria 4.0 e da robotização.
Saúde: a área da saúde poderá ser transformada com a ampliação da telemedicina, mais facilidade para monitorar pacientes em tempo real e gerir unidades de saúde, assim como o acompanhamento em tempo real de ações como campanhas de vacinação e combate e controle de epidemias.
Cidades inteligentes: uma tecnologia de baixo consumo e latência que permite a conexão de mais de 100 dispositivos por metro quadrado facilita muito a expansão de soluções para as smart cities. Com a conexão 5G torna-se possível ter veículos autônomos, automação do monitoramento de tráfego e controle e medição remotos de utilities como energia elétrica, gás e água.
Agrotecnologia: o setor agrícola vai poder contar com melhores sistemas de monitoramento e controle, que se refletem em maior qualidade e mais produtividade. Colheitadeiras, semeadeiras e irrigadores podem ser automatizados e as lavouras podem ser equipadas com dispositivos de sensoriamento remoto e inteligência artificial para o acompanhamento dos dados de produção, como com a análise de imagens, por exemplo.
Chegada do 5G “puro”
O Brasil é um dos países que conta com o 5G standalone (SA) ou “puro”, que não compartilha da faixa de transmissão do 4G e funciona na faixa de 3,5 GHz. Em São Paulo, a instalação das antenas vai permitir que o espectro desta faixa passe por uma limpeza, o que vai permitir o melhor funcionamento da tecnologia.
Para que a população possa usar o 5G em seu dia a dia, é preciso contar com dispositivos adaptados a ele. Atualmente, existem cerca de 67 modelos de aparelhos celulares que são compatíveis com o uso da nova tecnologia de internet móvel.
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