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Aplicação em massa da Indústria 4.0 deve chegar ao Brasil em longo prazo

Atualizado: 6 de ago. de 2019

Benefícios da era da digitalização são claros, mas falta de investimento em processos simples ainda dificulta adoção no país


O conceito de “Indústria 4.0” é cada vez mais abordado e dá sinais de que veio para ficar. A ideia de integrar dados da operação fabril com sistemas de TI é tratada como um aspecto fundamental para a sobrevivência de companhias, com benefícios significativos a serem aproveitados em diferentes setores. Apesar disso, as iniciativas para fazer com que essas ideias saiam do papel ainda está engatinhando no Brasil, de acordo com a Mitsubishi Electric, uma das maiores empresas de automação industrial do mundo.


“O esforço para tentar se adaptar à indústria 4.0 existe, mas é necessário lembrar que o Brasil ainda está atrasado nas aplicações de tecnologias de automação simples. Há muitas empresas que não investiram sequer na digitalização do controle de processos, o que impede investimentos em tecnologias avançadas, como a inteligência artificial na indústria”, afirma Thiago Turcato, coordenador de suporte técnico da Mitsubishi Electric.


De acordo com o especialista a aplicação da inteligência artificial, um dos principais pilares da “Indústria 4.0” atualmente, está presente em equipamentos isolados, como por exemplo: sistemas de visão (reconhecimento de imagens e padrões) e controle de temperatura. Um próximo passo necessário seria incorporá-la às áreas de produção, manutenção e armazenamento.


“Nesse sentido, é possível pensar em benefícios como o ajuste de rotas do maquinário de produção, trazendo a diminuição de custos aliada ao aumento de qualidade. Para isso, pode-se implantar um sistema de coleta de dados geral de produção, processado por algoritmos de inteligência artificial e com resultados aplicados aos sistemas automatizados de produção”, completa Turcato.


Em longo prazo, a transformação desses processos deve otimizar linhas de produção completas, trazendo maior presença da chamada IIOT (Industrial Internet of Things), possibilitando assim atingir a maturidade em conceitos como Sociedade 5.0, já popular no Japão.


“No Brasil, ainda temos um longo caminho a ser trilhado, especialmente pela grande quantidade de pequenas e médias empresas que necessitam fazer investimentos nesse tipo de tecnologia. Contudo, é uma realidade à qual essas companhias terão de se adaptar: contar com profissionais qualificados e tecnologia compatível com o aumento de produtividade cada vez mais exigido é uma condição fundamental para a sobrevivência de todas as companhias”, finaliza Turcato.

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