Para tornar as companhias realmente mais efetivas e inteligentes, é preciso mergulhar fundo e extrair o máximo valor das tecnologias, sobretudo em relação à análise de dados. É essa a grande vantagem da digitalização dos negócios: impulsionar as oportunidades de melhoria da eficiência operacional e de geração de negócios. E isso fica ainda mais evidente em tempos de crise como a que vivemos agora, com a pandemia do novo coronavírus.
Pesquisas indicam que as companhias com uma cultura digital mais sólida estão reagindo melhor às mudanças provocadas pelo surto de COVID-19. De forma prática, elas são mais capazes de reagir às necessidades de descentralização de seus times (e das informações), otimizar a experiência dos clientes e redirecionar suas análises de cenário para avaliações mais preditivas e estratégicas.
No entanto, ainda são poucas as organizações que conseguiram se adiantar nessa jornada. Estudos das principais consultorias internacionais avaliam que nem mesmo as grandes corporações globais avançaram muito em seus projetos de digitalização até aqui. Estima-se que, em média, essas empresas digitalizaram menos de 30% de suas operações internas e de vendas. No Brasil, estudos de mercado demonstram que mais de 40% das organizações adotaram o Home Office durante a pandemia e 20% delas citam o nível de digitalização dos processos como um desafio para realizar a transição.
A primeira razão para esses números é a necessidade de equilibrar os investimentos entre o hoje e o amanhã. Produzir mais e reduzir os custos sempre foi o binômio básico dos negócios e focar planos em longo prazo pode ser algo bastante desafiador para as companhias de um modo geral, sobretudo diante das constantes mudanças da tecnologia.
Outro motivo é que a digitalização é um processo complexo, que exige engajamento e especialização. Isso porque além de gerenciar o dia a dia de suas companhias, as equipes também teriam de lidar com o aumento exponencial no volume e na variedade de dados a serem digitalizados. Dessa forma, é difícil manter a visibilidade global das informações e o desenvolvimento de estratégias digitais dentro das organizações.
A crise provocada pela pandemia do novo coronavírus mostra, porém, que por mais complexa que seja essa jornada, investir em digitalização de processos é um passo imprescindível para as companhias que planejam se sustentar na era da Indústria 4.0. É evidente que contar com parceiros especializados é o melhor caminho para esses esforços de inovação, liberando o potencial das equipes para atividades mais focadas nos negócios.
Além do mais, a digitalização é o que permitirá reduzir ou mitigar ao máximo as interrupções provocadas pela existência de blocos isolados de dados ou por lacunas no funcionamento das infraestruturas de TI, por exemplo. A digitalização ajuda a criar um ambiente mais inteligente e previsível, simplificando o monitoramento e a manutenção da alta performance das operações – algo vital para companhias que estão lutando contra crises e para os consumidores, que mesmo durante o isolamento gerado pelo COVID-19, continuam exigindo atenção, já que os produtos ainda são necessários, os alimentos seguem sendo essenciais e a logística de entregas tem que ser executada.
Ou seja, é preciso manter os negócios funcionando ao máximo possível. Para isso, ainda que cada negócio possua suas próprias características e demandas específicas, o fato é que a digitalização dos modelos de negócio é fundamental.
A tecnologia digital, com as ofertas de serviços em Nuvem, expansão da Internet das Coisas (IoT) e o aprimoramento recorrente das aplicações de Big Data e Analytics, tem colocado o mundo dos negócios diante de uma oportunidade única de manter a chama acessa. A esperança em dias melhores deve sempre ser o foco de qualquer líder, mas é necessário também pensar nos momentos de crise. O novo Coronavírus nos deixará lições importantes e é hora de começar a entendê-las para garantirmos um amanhã mais produtivo, sustentável e eficiente. Uma delas é que não precisamos esperar pelos momentos de crise para implementarmos as mudanças que já se mostram necessárias hoje, como a digitalização.
Por Rogério Dias, Chief of Staff da Qintess
Comments