A polinização assistida pode aumentar em até 30% a produtividade de culturas agrícolas baseadas em floradas - como é o caso do café, por exemplo. Conectar criadores de abelhas e agricultores que trabalham com essas culturas é o negócio da AgroBee, startup com a qual o CPQD está desenvolvendo um projeto inovador que combina tecnologias de Inteligência Artificial (IA) e Internet das Coisas (IoT) com o objetivo de melhorar o desempenho e a qualidade das colmeias.
“Cerca de 75% das culturas agrícolas dependem de um processo de polinização para gerar frutos. E a abelha é o principal polinizador natural, capaz de garantir maior qualidade e produtividade às lavouras sem agredir o meio ambiente”, afirma Andresa Berretta, diretora de marketing, comunicação e sócia da AgroBee. A startup oferece um serviço de polinização assistida inteligente e criou uma plataforma de comunicação que conecta criadores de abelhas e agricultores interessados em alugar colmeias para uso em suas lavouras.
Para que a polinização seja mais eficiente e garanta o aumento da produção agrícola, a AgroBee mantém uma equipe de especialistas responsável por cuidar, em campo, da segurança das abelhas e da qualidade das colmeias. “Ter enxames fortes e saudáveis para o trabalho de polinização é um pré-requisito para o sucesso de nosso serviço”, enfatiza Andresa. É nesse ponto que a combinação de IA e IoT deverá facilitar o trabalho do apicultor - e da própria AgroBee.
“A ideia é ter uma ferramenta de automação do trabalho de auditoria de colmeias que atualmente é realizado por nossos especialistas”, resume a diretora da startup. “O próprio apicultor poderá gerar imagens da colmeia, com seu celular, e a tecnologia gerada em parceria com o CPQD permitirá a análise da qualidade dos quadros de cria de abelhas sem necessidade do time técnico ir a campo, o que nos permitirá atender várias propriedades em pontos diferentes do país”, explica.
Para isso, o projeto que está sendo desenvolvido com o CPQD - com fomento da EMBRAPII/Sebrae - prevê o uso de visão computacional embarcada em aplicativo móvel (já existente) para a captura qualificada de imagens de colmeias e sua posterior classificação quanto à qualidade de quadros de cria de abelhas melíferas. “Além disso, a solução vai utilizar a plataforma aberta dojot, voltada à criação de aplicações IoT, para receber as imagens capturadas e o resultado da classificação, que vão constituir um sistema de armazenamento de dados da solução”, acrescenta Fabricio Lira Figueiredo, gerente de desenvolvimento de negócios em Agronegócio Inteligente do CPQD.
Com duração prevista em seis meses, esse projeto é o primeiro resultado do acordo de cooperação firmado no ano passado entre o CPQD e o AgroVen, associação de investidores com foco em inovação no campo. A parceria tem como objetivo identificar e selecionar agtechs promissoras, que utilizam tecnologias digitais disruptivas e podem ser candidatas tanto aos investimentos do AgroVen quanto aos programas de fomento à inovação do CPQD. “A AgroBee é uma das startups que recebeu investimentos de nossos membros, que enxergaram o caráter inovador e o potencial do seu negócio”, justifica Maurício Lemos, diretor de operações e sócio do AgroVen.
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