O novo perfil do CIO deve ser de um líder de negócios, par a par com os demais executivos da companhia.
Em momentos desafiadores e críticos como o atual, com um mercado cada mais exigente e buscando por soluções para enfrentar as adversidades, é imprescindível contar com o apoio de profissionais que diferenciem positivamente o negócio nessa jornada. Mas, como atuar diretamente nesta veia, atingindo a força motriz?
Por meio da transição de um novo perfil do Chief Information Officer (CIO), que deixou de olhar apenas para as demandas tecnológicas internas das empresas e passou a atender aos negócios. Ou seja, esse profissional é o grande orquestrador da evolução da Tecnologia da Informação (TI) para a Tecnologia de Negócios (TN).
Já vínhamos de um cenário cujas empresas nascidas digitalmente, como a Uber, a Airbnb e o IFood nos ensinaram sobre a tecnologia ser integrante da construção de seus negócios e não apenas uma parte acessória.
Com a pandemia da Covid-19, essa mentalidade da digitalização se intensificou porque as organizações tiveram que suspender a atuação no ambiente físico e rapidamente se adaptar ao universo on-line com tecnologias já existentes. Aqui, temos mais um exemplo de como o negócio se alinhou à tecnologia, quando, na verdade, deveria ser o oposto: a TI estar a serviço do negócio, antecipando necessidades e desenvolvendo soluções para demandas até então não atendidas.
Diante deste cenário, a digitalização passa a ser um caminho sem volta e as empresas precisam refletir sobre o nível de maturidade de seus departamentos de TI para que ele esteja alinhado ao negócio. Tal evolução está forçando essa reinvenção dos CIOs, que precisam alterar os processos internos e as exigências que recaem sobre eles, que são enormes. Não é suficiente apenas administrar as demandas internas do dia a dia, mas se aperfeiçoar continuamente para produzir mais e melhor.
As características do novo perfil de CIO ultrapassam o domínio tecnológico e de gestão de processos. Essas hard skills devem se somar às habilidades pessoais e de relacionamento, que vão trilhar o contato com os diferentes departamentos da empresa, diminuindo os problemas ocasionados pela Shadow IT e de suas condutas não oficiais, e as a lacunas com os clientes a fim de acelerar o plano e o prazo dos projetos. Ou seja, a área de TI passa a apoiar no desenvolvimento de aplicações para o mercado e não apenas no suporte à sua estrutura interna.
Juntas, as aptidões profissionais e pessoais, formam um profissional completo e equilibrado, com grandes qualidades para agir em qualquer tipo de situação no ambiente de trabalho e em momentos turbulentos para reposicionar as estratégias de mercado.
E a próxima crise, pasmem, já está batendo à nossa porta. Com o aumento da digitalização e o vazamento de dados crescendo na mesma proporção, já temos um cenário de penalidades relacionadas às falhas de privacidade que devem custar mundialmente US$ 8 bilhões para as empresas até o ano de 2025, segundo estimativas do Gartner. Para evitar essas multas, também será necessária a atuação do CIO na mitigação de riscos.
Por isso, o novo perfil do CIO deve ser de um líder de negócios, par a par com os demais executivos da companhia. E esse cenário afeta diretamente o que nós chamamos hoje de TI. Provavelmente, a nomenclatura será rebatizada por TN (Tecnologia de Negócios), um nome que demonstra claramente sua integração aos negócios.
Por Eduardo Costa, CIO da SONDA Brasil, integradora de soluções de Tecnologia da Informação e líder em Transformação Digital na região.
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