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Por que 2023 será o ano das redes 5G privadas?

O caminho está aberto para que 2023 seja o ano das redes 5G privadas.

Três fatores-chave mudaram em 2022 e removeram os principais obstáculos para isso. Vale ressaltar que já temos redes 5G públicas, mesmo que a adoção ainda seja lenta em alguns países. No entanto, me refiro ao uso da tecnologia para grupos e sites privados de usuários – uma empresa, uma fábrica ou um campus, por exemplo.


O primeiro obstáculo foi o espectro

Um dos aspectos mais interessantes das comunicações móveis é a interação entre tecnologia e regulamentação. Sem o incentivo ativo e a liberação do espectro pelos governos, não teria havido indústria móvel. Esse processo continua a cada nova geração móvel, e o 5G não é uma exceção. Em um estágio inicial da evolução do 5G, os governos forneceram o espectro necessário para as operadoras de redes móveis (MNOs), geralmente por leilões. Aqui no Brasil, por exemplo, o leilão teve término no fim de 2021 e poucas eram as pessoas que olhavam para além do uso do 5G em redes móveis públicas.


Mas, desde então, as vantagens que o 5G traz para as empresas ficaram muito claras. É uma solução de baixo consumo de energia que também pode acomodar os enormes requisitos de transferência de dados de empresas modernas e órgãos públicos, como a área de saúde. Como resultado, a tecnologia se tornou um importante acelerador da transformação digital sustentável. No entanto, qualquer entidade disposta a implantar o 5G teve que chegar a um acordo comercial com uma MNO. Provou ser um obstáculo significativo, já que os grandes players não estão dispostos a compartilhar um recurso limitado e precioso.


Uma gama crescente de soluções viáveis e casos de uso

Juntamente com um ambiente de espectro mais azeitado, o segundo fator que mudou é que agora existem mais opções de tecnologia para o 5G privado. Alguns fornecedores investiram e têm ofertas robustas de infraestrutura 5G privada. As startups também entraram no mercado, com software e hardware inovadores. Até mesmo as big techs, como Microsoft e AWS, estão investindo e anunciaram soluções. Os integradores em breve terão muito mais opções para construir implantações 5G extremamente fortes.


O 5G privado é complexo e a segurança cibernética é crucial

O terceiro obstáculo tem sido a complexidade da tecnologia. Apesar do progresso em torno do espectro e dos casos de uso, a tecnologia 5G permanece muito complexa. Qualquer organização que queira implantar e gerenciar uma rede privada de médio porte sozinha é melhor ter os recursos e as habilidades (bem como o investimento) para fazê-lo.


Além da complexidade da rede, muitos casos de uso implantados no topo exigirão recursos de computação e armazenamento próximos à rede (edge computing) e/ou na nuvem (pública ou privada). As redes 5G privadas permitirão que as empresas implementem centenas ou mesmo milhares de sensores, atuadores, máquinas autônomas, drones, câmeras de alta resolução e assim por diante.


Todos esses endpoints na rede gerarão um fluxo enorme de dados e muitos deles terão que ser processados em tempo real na ‘borda da rede’ (por exemplo, algoritmos de inteligência artificial) para minimizar a latência e permitir uma resposta muito rápida. A segurança cibernética também é um aspecto crítico da implantação do 5G. Com muitos dispositivos possíveis – tablets, sensores IoT, robôs, wearables – a superfície de ataque cresceu exponencialmente. Para resolver isso, as companhias precisarão integrar uma camada muito rígida de proteção no controle de acesso à mídia.


Estas são as razões pelas quais estou tão confiante de que 2023 haverá um salto no 5G privado. A grande maioria destes gargalos estão em vias de serem solucionados ou amenizados e outros já estão equacionados. Muitas organizações agora entendem o potencial da transformação sustentável privada liderada pelo 5G e sabemos que a demanda é incrivelmente alta e que muitas novidades aparecerão.


Por Alex Takaoka, Head of Customer Engagement da Fujitsu do Brasil

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