Se tem a ver com a INOVAÇÃO? Lógico que tem! FLOW é capacidade cognitiva ideal. Quando entramos em FLOW, trabalho pára de ser trabalho e passa a ser paixão e motivação
Quer entrar em FLOW? O psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi (que cunhou o termo FLOW), falecido recentemente, descreve FLOW como um estado de máxima consciência, onde podemos controlar nossa atenção e fortalecer nossa determinação para atingir PERFORMANCE e PRODUTIVIDADE… e obviamente aumentar a capacidade de INOVAR.
FLOW é uma experiência transformadora. E aí, como entro em FLOW?
Csikszentmihalyi enfatiza que, para atingir FLOW, devemos escolher metas que tenham significado (em nossa vida pessoal ou profissional), determinar a estrutura que ela estabelece para nós (os termos dos jogos e do trabalho) e, então, jogar de acordo com as regras.
Em seu livro FLOW: The Psychology of Optimal Experience, Csíkszentmihályi escreve:
Encontram-se mais ocasiões de [FLOW] no trabalho do que no tempo livre. . . esta descoberta não é tão surpreendente. O que muitas vezes passa despercebido é que o trabalho é muito mais parecido com um jogo do que a maioria das outras coisas que fazemos durante o dia. Geralmente o trabalho tem objetivos e regras de performance claras. . . Assim, o trabalho tende a ter a estrutura de outras atividades intrinsecamente gratificantes e que proporcionam FLOW, como jogos, esportes, música e arte. (pág. 59)
FLOW tende a ocorrer quando uma pessoa tem objetivos claros que requerem uma resposta apropriada. É fácil entrar em FLOW em jogos como xadrez, tênis ou pôquer, porque eles têm objetivos e regras de ação que permitem ao jogador agir sem questionar o que deve ser feito e como. (pág. 29)
Mais de 50 anos de pesquisas mostram que o estado de FLOW está no centro de quase todos os campeonatos atléticos, grandes descobertas científicas e avanços significativos nas artes. As pesquisas recentes mostram que as pessoas que permanecem mais tempo no estado de FLOW são pessoas mais felizes. Como diz John Hagel, cofundador do Center for the Edge da Deloitte, “… os principais executivos relatam serem cinco vezes mais produtivos em FLOW”. Já a pesquisa da McKinsey mostrou que em FLOW a produtividade geral de trabalho dobra.
Pode-se dizer que existem 4 tipos de gatilhos que te ajudam a entrar em FLOW: psicológicos, ambientais, sociais e criativos.
Vamos começar pelos psicológicos e os ambientais.
Ambientais:
1 – RISCO: quando existe perigo no ambiente, o seu sistema de atenção fica ativado. Não é necessário fazer nenhum tipo de esforço para se manter concentrado. É neste estado de foco que ativamos as áreas pré-frontais que se prepara para PENSAR, IMERGIR em um DESAFIO…. entrando em FLOW.
2 – COMPLEXIDADE: da mesma forma que o risco, a novidade, atrai a nossa atenção. Ativamos no cérebro os caminhos neurais dopaminérgico produção de Dopamina) relacionados a motivação intrínseca, a busca e a curiosidade. Estar imerso em informações que despertam a curiosidade, ou criam aquele “friozinho” na barriga é um gatilho importante para ativar FLOW.
3 – APRENDIZADO CONSCIENTE: o ambiente é estimulante o suficiente para te impulsionar para ação. Os espaços Maker com uma série de equipamentos que te estimulam a experimentar. São propulsores do aprendizado consciente, impulsionam o adulto a aprender fazendo. a prática está no centro do aprendizado do adulto. Quando você está focado experimentando uma máquina nova, vários dos seus sentidos estão envolvidos, ou construindo um protótipo, o fluxo de informação sistema nervoso e cérebro capta a sua atenção. O foco está na AÇÃO… fácil de entrar em FLOW !
Como posso aplicar estes conceitos na minha empresa?
Um artigo publicado na Harvard Business review de 2011, Who moved my cheese? escrito por Anne-Laure Fayard e John Weeks descreve uma pesquisa longitudinal feita durante 12 anos com empresas americanas, europeias e asiáticas, analisando o impacto do ambiente na capacidade de criar. Nesta pesquisa os autores descobriram que quando se equilibra três dimensões – proximidade, privacidade e permissão – aumentamos o potencial criativo.
Foi o que Steve Jobs fez quando ele criou a Pixxar. A empresa tinha um grande atrium central com cafeteria, salas de reunião e outras utilidades. Este espaço forçava as pessoas se encontrarem aleatoriamente, o que aumentava enormemente a complexidade, a novidade e a imprevisibilidade do dia-a-dia da empresa.
O professor de psicologia organizacional do MIT, Thomas Allen, descobriu que a frequência das interações em um laboratório de P&D diminuiu exponencialmente com a distância entre seus escritórios – um efeito popularmente conhecido como curva de Allen. Mesmo quando estavam no mesmo prédio, pesquisadores em andares diferentes quase nunca interagiam informalmente.
Neste post vamos falar somente dos gatilhos ambientais… mas ainda tem muito mais pela frente.
O Programa INNER criado pela IMAGINAR SOLUTIONS, trabalha com times de INOVAÇÃO, para aumentar os a capacidade de FLOW. Em janeiro de 2020, foi feito um experimento de 8 semanas com dois times: um de inovação e um de controle. Com as práticas durante 6 semanas, o time de inovação conseguiu sair de uma inovação incremental para um novo conceito disruptivo. INACREDITÁVEL! O resultado comparado com o time de controle mostrou o grande impacto que o estado de FLOW trouxe para a PERFORMANCE corporativa.
Por Solange Mata Machado é diretora-executiva da Imaginar Solutions. Doutora e mestre em inovação e competitividade pela FGV com pós-doutorado (pós-doctor) em neurociência aplicada à tecnologia pela UFMG. Engenheira elétrica com BS pela Universidade Columbia (EUA) e especialização em empreendedorismo e inovação pela Universidade Hitotsubashi (Japão), pela Universidade Renmi da China, pelo Technion – Instituto de Tecnologia de Israel, pela Universidade Yale (EUA), pela Babson College (EUA) e pela Creative Education Foundation (EUA). E contribui com o portal digital Business Leaders e palestrante do CIO Leaders@digital.
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