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Tecnologia 5G avança e já é realidade no Hospital das Clínicas

Prova de Conceito (PoC), que ocorreu no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), foi a primeira cirurgia com conexão de quinta geração a acontecer em um hospital público do Brasil.

A implantação da tecnologia 5G vai permitir um grande avanço em diversas áreas, entre elas a saúde. No Icesp - Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, o recurso foi implantado graças ao programa de colaboração entre Claro, Embratel, Ericsson, NUT e InovaHC -- núcleo de inovação do Hospital das Clínicas (HC-FMUSP) e, com isso, possibilitou que uma cirurgia com o envio de sinais vitais do paciente em tempo real fosse realizada.

“Os resultados da prova de conceito corroboram com as nossas expectativas iniciais em relação ao projeto, seu potencial e impacto. Entendemos que o papel do InovaHC e de suas parcerias é fortalecer o ecossistema de inovação para ampliar o acesso à Saúde no Brasil”, comenta Marco Bego, diretor do núcleo de inovação do Hospital das Clínicas.

O procedimento, que começou a ser testado em abril, foi a primeira prova de conceito (PoC) e consistiu em integrar as informações de monitoramento do paciente cirúrgico em uma base de dados, permitindo o acompanhamento e avaliação pela equipe médica de forma remota. Os agentes puderam avaliar latência, velocidade, estabilidade, qualidade e segurança, entre outros itens, na transmissão e demonstração dos dados via tecnologia 5G. Os resultados obtidos -- dentre eles a constatação de que, com o uso do 5G, é possível enviar, de uma só vez, uma quantidade de dados/informações dez vezes maior do que a possibilitada pela conexão Wi-Fi convencional, e o fato de que o envio de dados por meio da tecnologia 5G é feito sem falhas ou interrupções --, aliados ao uso da solução PAR, desenvolvida pela startup NUT, possibilita cenários em que uma mesma equipe de saúde coordena mais de um procedimento cirúrgico ao mesmo tempo; que um determinado profissional acompanha, de qualquer local do mundo, o procedimento realizado; e que cirurgias são feitas por vídeo (streaming), por exemplo.

“Durante a PoC, o aparelho de anestesia mediu os dados vitais do paciente no momento do procedimento, portanto, com o paciente anestesiado conseguimos comparar estabilidade e eficiência da transmissão dos dados da maneira tradicional e com o 5G. Tivemos um resultado satisfatório, ou seja, foi possível observar a transmissão de dados em uma rapidez e eficiência maiores e com qualidade, que nos assegura pensar em possíveis próximos passos do projeto que podem incluir, por exemplo, testes com a transmissão de outros tipos de dados ou de vídeos de cirurgias”, explica o Prof. Ricardo Abdalla, médico assistente da Cirurgia do Aparelho Digestivo do Icesp.

Durante o experimento, foram comparados o envio de dados da internet do hospital (conexão Wi-Fi) versus o envio de dados utilizando o sinal de 5G, implementado no local pela Claro, na frequência de 3,5GHz em licença de testes concedida pela Anatel, e foi constatada capacidade dez vezes maior a partir do 5G, quando comparada à conexão Wi-Fi convencional. “Em termos práticos, isso significa que, durante o procedimento cirúrgico, um número maior de informações relacionadas à situação clínica do paciente e ao procedimento em si pôde ser transmitido em tempo real, sem perdas, possibilitando o acompanhamento mais eficaz pela equipe de saúde. Outro dado que merece destaque é o cenário de efetividade de envio de dados: com a PoC conseguimos avaliar que, pela conexão Wi-Fi, houve várias tentativas de reenvio de pacotes, o que significa que os pacotes de dados não conseguiram ser enviados completamente, enquanto com o uso do 5G não houve interrupção. Isso impacta positivamente, pois garante que todos os dados coletados sejam, de fato, entregues à equipe clínica de forma mais rápida, em tempo real, sem falhas”, explica Thiago Paulmier, CEO da NUT.

Toda experiência também só foi possível com a instalação dos equipamentos adequados, com a integração das soluções e habilitação da infraestrutura digital, feitos pelas parceiras do projeto -- Ericsson e Embratel, respectivamente.

“A Ericsson disponibiliza a seus clientes e parceiros um conjunto de soluções líderes de alta tecnologia e uma experiência incomparável para respaldar suas metas de negócios. Nesse projeto em parceria com a Claro e Embratel, instalamos no Icesp uma infraestrutura de rede 5G de alta tecnologia para garantir eficiência e segurança máxima aos procedimentos. A quinta geração de conectividade móvel em sua versão Standalone (5GSA) abre oportunidades únicas para melhorar a segurança, os cuidados médicos e a saúde dos pacientes, à medida que aumenta os padrões de acessibilidade a serviços remotos e fornece atendimento personalizado. Temos visto que o 5G tem alto potencial de transformar a resposta a cuidados de emergências, além de endereçar necessidades críticas que exigem entrega de dados dentro de um período de tempo especificado com os necessários níveis de confiabilidade”, disse Murilo Barbosa, Vice-presidente de Negócios da Ericsson

“A PoC realizada comprova a janela de oportunidades que o 5G abre para a área da saúde, tanto em novos formatos de atuação quanto em inovações que podem ser desenvolvidas. A partir da PoC, podemos imaginar inúmeros benefícios para os pacientes, como o acesso a diversos especialistas atuando de forma precisa em um mesmo procedimento, mesmo que não estejam dentro da sala cirúrgica. A colaboração entre médicos será facilitada e ajudará a democratizar o acesso à saúde de ponta, uma vez que ele se tornará mais descentralizado e chegará a localidades mais afastadas. A Embratel está bastante entusiasmada em evoluir nessa parceria com novas frentes de testes para continuar descobrindo todo o potencial do uso do 5G no setor”, afirma Maria Teresa Lima, Diretora-Executiva da Embratel para Governo.

Com a chegada — e a popularização — da rede 5G, a medicina deverá viver um novo salto científico, já que cirurgias remotas poderão ser muito mais comuns e o atendimento a comunidades distantes e vulneráveis poderá ser ampliado e ganhará em qualidade -- coleta de mais informações dos pacientes com o apoio de sensores e a transmissão de sinais vitais e imagens de pacientes em tempo real, entre outros ganhos.

Além disso, otimização dos centros cirúrgicos e a integração de tecnologias vai possibilitar mais segurança e qualidade às cirurgias e também o desenvolvimento de novos serviços de apoio e educação a distância.

No que diz respeito ao mercado de saúde, a variedade de soluções que o 5G vai permitir é gigantesca pois além dos diversos atores (hospitais, laboratórios, operadoras, seguradoras) já estarem em ritmo vertiginoso na digitalização, serão somados cada vez mais os dados de sensores em forma de acessórios e roupas. “Será possível a criação de aplicativos com algoritmos de predição que usem os dados vindos do sistema de saúde combinados aos dados dos sensores pessoais. Esse cenário possibilitará um acompanhamento, tratamento e suporte com custos e acuracidade sem precedentes. O beOn Claro tem a ambição de ter um papel relevante na construção desse futuro colaborando com o HC e alavancando as healthtechs.” segundo Rodrigo Duclos, Diretor de Inovação da Claro e fundados do beOn Claro.

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