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Hilab, a healthtech brasileira que mais cresceu em 2020

Startup brasileira anuncia rebranding, entrada de novos fundos de investimento, bem como crescimento expressivo ao longo do ano e robusto pipeline de novos produtos e exames

Logo no início da pandemia, a Hilab se mobilizou para apoiar empresas, estabelecimentos de saúde, órgãos públicos e comunidades em vulnerabilidade social no combate a Covid-19.

A healthtech brasileira Hi Technologies agora é Hilab. Além do rebranding, a startup anuncia previsão de faturamento de 200 milhões de reais para 2020 e um crescimento superior a 50 vezes no número de pacientes atendidos em relação ao ano anterior. O ano marcou ainda a entrada de dois novos fundos de investimento, em uma rodada Series B de 10 milhões de dólares, para compor o grupo de sócios atuais ao lado da Positivo Tecnologia, Monashees e Qualcomm Ventures. Os novos sócios são: a Península Participações e a Endeavor Catalyst. Com um robusto pipeline de novos produtos e exames a serem lançados nas próximas semanas e meses, a Hilab se consolida como uma das maiores e mais promissoras healthtechs do cenário nacional. "A saúde sempre foi muito conservadora em relação a aderir à inovação. E, isso faz sentido, porque estamos lidando com a vida das pessoas e a segurança dos pacientes é um fator que não podemos ignorar. Mas a pandemia escancarou muitos problemas da saúde e acredito que este é um legado que não tem como voltar atrás", afirma Marcus Figueredo, fundador e CEO da Hilab. "Antes da pandemia, nós estávamos em cerca de 250 cidades do País. Agora estamos em mais de mil cidades. Houve a fase das fintechs, a fase das startups de transporte, e agora é o momento das healthtechs". Logo no início da pandemia, a Hilab se mobilizou para apoiar empresas e organizações, como Loft, Clube Athlético Paranaense, Sesi, além de estabelecimentos de saúde como as farmácias Pague Menos e Vale Verde, clínicas como a Davita, planos como Unimed e Porto Seguro, bem como órgãos públicos e comunidades em vulnerabilidade social por meio de projetos e ações como Favela Sem Corona e Bora Testar Rocinha. E como todo o sistema Hilab funciona conectado à internet, com especialistas analisando os resultados e emitindo os laudos remotamente, a Hilab também é uma fonte de dados em tempo-real, criando um grande banco de dados epidemiológico. "Aderimos à orientação da OMS que é o testar, testar e testar. Por isso, trabalhamos bastante para que o teste estivesse disponível para o maior número de pessoas no menor tempo possível", lembra Figueredo. A Hilab começou como muitas outras startups: quando dois universitários se uniram para inovar em um determinado mercado. Marcus Figueredo e Sérgio Rogal, respectivamente CEO e CTO da empresa, começaram a empreender com poucos recursos, mas não fizeram da falta de verbas uma barreira para seguir seu propósito de reinventar a tecnologia médica, criando soluções que ajudem a democratizar o acesso à saúde. Em 2004, o foco da empresa era um software para monitorar o quadro dos pacientes nos hospitais. O segundo produto, um oxímetro de pulso utilizado para medir a oxigenação, foi lançado alguns anos depois em 2009, e exportado para 15 países. Desde então a healthtech, que começou com um investimento de cerca de 2.500 reais dos próprios fundadores, segue em expansão. Lançado em 2017, a Hilab é o primeiro serviço de telemedicina diagnóstica do País e já estava disponível em grandes redes de farmácias como Pague Menos, Panvel, Nissei, Drogaria Araújo e Promofarma, mesmo antes da pandemia. A Hilab é um laboratório de análises clínicas que une o conhecimento dos melhores profissionais de saúde a tecnologias como a Inteligência Artificial (IA), Computação em Nuvem e Internet das Coisas para garantir exames com resultados rápidos e os mais rigorosos padrões de qualidade. Com três gotas de sangue, o laboratório portátil permite realizar hoje 20 exames, entre eles, HIV, dengue, zika e hepatite, a partir de qualquer local. Expectativa da empresa é ampliar número de testes disponíveis ao público e parceiros para cerca de 100 exames. A tecnologia funciona de forma simples, pouco invasiva, sem seringas, e praticamente indolor. Primeiro, um profissional de saúde treinado faz um pequeno furo na ponta do dedo do paciente para coletar algumas gotas de sangue. Após a coleta, a amostra é colocada em contato com os reagentes dentro de uma pequena cápsula, que é depositada dentro do dispositivo que cabe na palma da mão. O dispositivo, então, cria uma "versão digital" da amostra que é transmitida instantaneamente via internet para a equipe de biomédicos em um laboratório físico, localizado em Curitiba, no Paraná, onde especialistas, que contam com o auxílio de algoritmos de IA própria, vão emitir um laudo em questão de minutos. O paciente recebe o resultado no smartphone via SMS ou no app Hilab. Além da velocidade, o modelo proposto abre caminho para reduzir o custo dos exames. "A agilidade no diagnóstico, bem como o preço inferior, são importantes, já que 70% das decisões médicas se baseiam nos resultados de exames laboratoriais. Logo, quem não tem acesso ao laboratório dificilmente tem acesso a saúde", afirma Figueredo. O laboratório portátil brasileiro já realizou mais de 2 milhões de exames apenas ao longo deste ano. 2020 marcou ainda outros importantes avanços para a Hilab que recentemente ampliou sua sede e dobrou a equipe de colaboradores, reforçando também o time de diretores da companhia. As contratações realizadas pela healthtech teve como objetivo melhorar o desempenho nas áreas financeiras, de market access, logística, relações institucionais e governamentais. Todos os novos contratados trazem a vivência, experiência e conhecimento de grandes empresas e mercados, como o de laboratórios tradicionais. Consolidando sua posição no mercado, a empresa vem investindo ainda em tecnologias e aparelhos para ampliar sua atuação e relevância. O novo teste Hilab-Ag-COVID-19 é um exame que detecta o antígeno do vírus. Desta forma, identifica o momento em que o vírus está presente na via aérea. O antígeno está no início da infecção, a partir de cinco dias da exposição ao vírus ou a partir dos primeiros sintomas. Outro teste é o de função renal, que detecta a quantidade de ácido úrico, creatinina e uréia nas amostras de sangue. Além dos novos exames, a healthtech prepara o lançamento do Hilab Molecular. O novo dispositivo portátil amplia a capacidade de realização de novos exames utilizando metodologia de biologia molecular de segunda geração, que com a ajuda da tecnologia, profissionais de análises clínicas, e IA, realiza análise em 1 hora. A Hilab molecular permite ampliar sua gama de exames, podendo realizar novos testes com métodos pouco invasivos, por meio da amostra de saliva e de swab nasal. "A Hilab enxerga a saúde no Brasil como cara e injusta, mas está empenhado em ajudar a mudar este quadro. Somos uma empresa brasileira, criada por empreendedores locais e vamos seguir trabalhando para democratizar a saúde no País", afirma Figueredo.

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