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Inteligência híbrida – a nova fronteira para INOVAÇÃO?

Atualizado: 2 de jan. de 2020

Ha 3 décadas atrás, o sonho de conectar o homem as máquinas era uma ficção científica, quase impossível para as mentes mais brilhantes do planeta.


Estamos prestes a aumentar exponencialmente capacidade humana. Primeiro identificando e conectando os supercapacitados que ainda não possuem acesso às ferramentas de desenvolvimento. Segundo, conectando o córtex humano à nuvem, para amplificar a inteligência humana amplificando a inteligência humana com as interfaces de banda larga conhecidas como Brain-Computer Interfaces (BCI).


Tudo indica que as previsões do futurista, cientista e diretor de tecnologia do Google, Ray Kurtzweil estão cada dia mais próximas de se tornarem realidade. Durante uma Conferência em Nova York (junho/2015), Kurtzweil  explicou que o cérebro humano irá se ligar diretamente à nuvem com milhares de computadores, via nanobots, minúsculos robôs de escala manométrica, feitos de cadeias de DNA. Isto irá aumentar drasticamente a inteligência. Quanto maior e mais complexa essa nuvem, mais avançado será o nosso pensamento, o qual será um híbrido de biológico e não biológico. Em 2040, Kurzweilacredita que o pensamento será predominantemente não-biológico.


Examinando com mais detalhes as redes de cérebros superdotados vemos que seguindo as métricas de Stanford-Binet que medem o QI das pessoas, somente 1% da população se qualifica entre os superdotados. ou seja poderíamos admitir que temos perto de 75 milhões de pessoas que se qualificariam. A pergunta correta é quantos destes poderiam causar um impacto global?


O que o mundo da inteligência híbrida está prevendo, é que nos próximos 6 anos, com a entrada da 5G e as redes de satélites, teremos 4 bilhões de novas mentes se conectando globalmente. Aqui vale o parêntese para lembrar o fenômeno provocado pelo surgimento das casas de café do século 17, que como Peter Diamandis descreve no seu livro The future is faster than you Think está prestes a se repetir com o advento da conexão em rede de cérebros. A primeira casa de café surgiu em Londres em 1652 – Pasquá-Rosée  Dez anos mais tarde já existiam 80 casas de café e no século 18 já e contavam mais de 500 casas de café, que eram  recintos onde somente os homens podiam frequentar. Nestes ambientes eram discutidos os assuntos intelectuais que visavam a razão e o individualismo em oposição à tradição. E foram destes ambientes reservados é que surgiram as raízes do Iluminismo que foi o hub de inovação que impulsionou o progresso tecnológico da época.


As grandes metrópoles seguem o mesmo modelo com concentrações de pessoas que se unem para fazer troca de informações. Fenômeno conhecido como polinização cruzada nos processos de inovação.  Imagine quando todo o globo tiver conectado!!! O tamanho, a densidade e fluidez desta rede irão criar com a entrada de pelo menos mais 4 bilhões de pessoas o MAIOR LABORATÓRIO de INOVAÇÃO que já existiu.


O segundo fator de impulsionamento será a ligação do córtex humano às nuvens. O avanço e aprofundamento da neurociência está permitindo que se entenda cada vez mais como se pode atingir o nível de FLOW. Que segundo Mihaly Csikszentmihalyi, cientista e pesquisador que em 1975, definiu como FLOW o estado mental no qual se atinge criatividade, aprendizado, motivação e conciência plena. Estes conhecimentos permitirão amplificar enormemente as capacidades humanas.


Empreendedores como Elon Musk, com a empresa Neuralink,  ou Bryan Johnson com a Braintree, estão investindo centenas de milhões de dólares para desenvolver os implantes cerebrais. O objetivo destes investimentos não é a competição entre o homem e a máquina. E sim, expandir a inteligência humana fundindo as duas capacidades.


A última fronteira a ser ultrapassada é a memória. As experiências bem sucedidas com implantes em pacientes de epilepsia, feitas pelos pesquisadores Dong Song and Theodore W. Berger da USC e pelos pesquisadores Robert Hampson and Sam Deadwyler da Wake Forest University, para expandir a capacidade de cognição e retenção já mostram resultados animadores. Song  e seu time desenvolveram um modelo matemático que emula o funcionamento do hipocampo, que é o banco de dado do nosso cérebro responsável pela formação de memórias de longo prazo. O experimento realizado em centenas de vezes em 20 pacientes com epilepsia resultou em um aumento de 30% nas funções de memórias. Este resultado  abre novas fronteiras para cura de doenças como Alzheimer assim como caminha na expansão da capacidade cognitiva humana.  Resultado: mais INOVAÇÃO acessível para empresas e desafios globais.


Por Solange Mata Machado, PH.D Pos-Doctor - Imaginar Solutions

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