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INOVAÇÃO DUAL

Você sabe o que é inovação DUAL? Ter o olhar para dentro e fora do negócio simultaneamente. Aprender a usar o processo de inovação aberto e fechado simultaneamente. Usar o mindset fixo e mindset de crescimento simultaneamente.

SER AMBIDESTRO!

Falar de inovação é sempre bem mais fácil do que praticar inovação. Entender e implantar um processo sistêmico… ainda é mais difícil. Por isto, resolvi escrever este artigo, para ajudar alguns clientes da indústria nesta jornada.

A figura ao lado descreve um processo de transformação dual da inovação.


A primeira transformação dual está indicada pela seta vermelha vertical, que sai da inovação incremental em direção à inovação de breakthrouh (radical). É o caminho da inovação na busca da eficiência operacional, do aumento da produtividade com a absorção de novas tecnologias dentro do processo produtivo.

Quando uma empresa, decide inserir no seu planejamento estratégico a inovação, esta é a jornada mais comum. Formam-se times multidisciplinares para resolver os desafios já identificados no planejamento estratégico. O objetivo é produtividade: reduzir custos para maximizar resultados.

O olhar é interno, para a operação da empresa. As tecnologias exponenciais como robôs, realidade aumentada, realidade virtual, plataformas de conhecimento ou impressora 3D, são geralmente as tecnologias escolhidas. Neste processo, os times mapeiam o ecossistema para buscar as parcerias com as startups de tecnologia (inovação aberta com estratégia de orquestra).

Normalmente, em 90 dias, como mostrados em artigos anteriores, as soluções são identificadas. Em alguns casos, incluindo a implantação.

Este ciclo dura no total cerca de 8 a 12 meses. Depois… é escalar este aprendizado para o resto da empresa. Como?


Algumas dicas dos passos a serem seguidos:

  • Buscar dentro dos times interessados em serem mentores de outros grupos

  • Usar EAD para treinamentos de vários níveis simultâneos sobre o processo de design para gerar soluções inovadoras

  • Estruturar hub de recepção das possíveis soluções que serão geradas (Governança). Pode ser um comitê formados por gestores, ou um comitê de inovação, com pessoas externas experts em inovação, contratadas para ajudar no processo.

Importante lembrar que nesta jornada vertical em direção a digitalização de processos internos, podem surgir projetos de gestão. Como melhorar os processos de recrutamento e seleção, agilidade da área financeira/contas a pagar ou contas a receber, logística, marketing e comercialização. Como também, surgem projetos que buscam conhecer melhor o atual cliente, com soluções para captação de informações que darão subsídio à operação fabril. Foco é produtividade

Os indicadores de sucesso estão atrelados ao planejamento estratégico: KPI’s. A mudança de mindset durante o processo é enorme, pois os times têm que descobrir as tecnologias, fornecedores/parceiros e desenvolver/implementar a solução ao mesmo tempo que entregam a operação.

Não é fácil!

Porém, o aprendizado é intenso. Tudo acontece em muito pouco tempo.

Realidade aumentada para identificação de defeito dentro da fábrica

A segunda transformação dual, ocorre na horizontal. Quando empresa resolve investigar novos mercados e novos modelos de negócios . Por exemplo, uma empresa de eletrodomésticos que na jornada de transformação vertical busca as tecnologias para diminuir o índice de defeitos ou ajustar a previsibilidade de produtos para diminuir estoque, no sentido horizontal ele vai explorar novos mercados. Como por exemplo, criar uma plataforma ou um marketplace de cocção.


Um bom exemplo, é o Magazine Luiza, que estava no varejo presencial, com uma rede de distribuição com lojas físicas espalhadas em todo o Brasil, caminhou com grande vigor no sentido horizontal de transformação para seguir os passos da Amazon.


No ano de pandemia (2020) a empresa comprou mais de 6 empresas, começando no ano passado com a Netshoes. Pois é Netshoes!


Este ano começou com a compra da GFL Logística, plataforma que opera para o e-commerce com atuação no interior de São Paulo e sul de Minas Gerais. Em Fevereiro comprou a Estante Virtual, site que reúne vendedores de livros e pertencia à Livraria Cultura. Depois comprou a Hubsales que desenvolve plataformas digitais para que fábricas de diversos setores para vender seus produtos diretamente ao consumidor final, e o site de conteúdo sobre tecnologia Canaltech além da plataforma de mídia online Inloco.


E em agosto finalizou a compra da Stoq Tecnologia, uma startup fundada em 2015 e especializada em soluções para pequenos e médios varejistas.


Outro exemplo de exploração de novos mercados é o da Nike, que resolveu entrar no mercado islâmico. Veja a figura abaixo.

Este é um processo mais sofisticado, pois envolve a exploração de novos mercados, a criação de cenários de futuro. As incertezas são inúmeras. Não se conhece o mercado, os hábitos de consumo, os concorrentes, quais as tecnologias que podem ser bem sucedidas. É um processo de experimentação voltado 100% para o consumidor final. O olhar é externo. Quando se usa tecnologias exponenciais para ganhar escala este tipo de inovação se chama transformacional, e pode ser escalada rapidamente quando os resultados se mostram promissores.


Neste lado do processo é que reside a longevidade do negócio, pois os avanços tecnológicos tem mostrado mudanças profundas em todos os setores, gerando da noite para o dia mudanças de hábitos irreversíveis. Um exemplo: fabricante de máquinas e tratores para a agricultura. Os fabricantes sofisticaram verticalmente fazendo tratores cada vez mais robustos, mais tecnológicos e autônomos para aumentar a produtividade em grandes plantações. Agora, estamos vendo o fortalecimento de duas novas tecnologias: a impressão de alimentos em 3D e as fazendas verticais, mais perto do consumidor final. Que provavelmente, fará nesta próxima década uma pressão para diminuição do efeito estufa, com aumento da consciência de sustentabilidade.


O time para esta transformação longitudinal de novos mercados precisa ter um mindset de crescimento. Explorar novas oportunidades sem medo de errar. Os indicadores de resultado são voltados para o processo, para o aprendizado ou para o crescimento da experimentação. Importante a empresa alocar capital de risco, entendendo que é esta parte do processo que será responsável pela sustentabilidade da empresa no futuro.

Quer saber mais sobre os processos de inovação, ou quer fazer uma inovação ágil de 90 dias para acontecer no seu negócio. Entre em contato no e-mail: atendimento@businessleaders.com.br que teremos o prazer em explicar com mais detalhes como sua empresa poderá crescer e inovar neste século de incertezas.



Por Solange Mata Machado é diretora-executiva da Imaginar Solutions. Doutora e mestre em inovação e competitividade pela FGV com pós-doutorado (pós-doctor) em neurociência aplicada à tecnologia pela UFMG. Engenheira elétrica com BS pela Universidade Columbia (EUA) e especialização em empreendedorismo e inovação pela Universidade Hitotsubashi (Japão), pela Universidade Renmi da China, pelo Technion – Instituto de Tecnologia de Israel, pela Universidade Yale (EUA), pela Babson College (EUA) e pela Creative Education Foundation (EUA). E contribui com o portal digital Business Leaders e palestrante do Business Leaders Fórum

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