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Inovação e diversidade: 4 dicas para empresas se tornarem ambientes inclusivos

Especialistas do Google, do QuintoAndar e da USP falaram em evento de aspectos importantes para a promoção da diversidade e da inclusão nas empresas.


Um levantamento da McKinsey & Company com empresas da América Latina aponta que as organizações com maior diversidade apresentam níveis muito mais altos de inovação e colaboração. Segundo o estudo Diversity Matter: América Latina, os funcionários dessas empresas têm 152% a mais de chance de propor novas ideias. "É absolutamente impossível dissociar processos de inovação, transformação e gestão de problemas complexos da diversidade. Essas, inclusive, são habilidades absolutamente necessárias aos profissionais do Direito e no cenário das scale-ups", afirma Carol Hannud, Head do Studio Linte, que tem como proposta ajudar departamentos jurídicos a repensarem a transformação digital e é o braço de consultoria, educação e comunidade da Linte, legaltech especializada na automação e gestão de contratos.

Em um evento promovido recentemente pelo Studio Linte, o Scale-up Nights, especialistas enfatizaram a importância da inclusão de mulheres em cargos de liderança, diversidade racial nos núcleos de trabalho, acessibilidade nos ambientes corporativos e utilização efetiva do nome social em todas as vertentes da empresa. Contudo, destacaram que medidas como essas representam apenas o início do caminho que precisa ser trilhado nas organizações.

Eles abordaram algumas dicas práticas para a promoção de ambientes mais diversos e que promovam uma real inclusão. Confira:

1 - Interseccionalidade e lugar de fala

Abrir espaço para diferentes experiências, vivências e visões de mundo é fundamental para a construção de um ambiente diverso e inclusivo. O lugar de fala está diretamente ligado à posição de escuta de quem esteja disposto a simpatizar com as causas.

“O papel das pessoas que não pertencem a determinado grupo minorizado pode ser de aliado. Não tem problema a pessoa não ter um lugar de fala, mas, mesmo assim, fazer parte de um grupo de afinidade dentro da empresa”, afirma Ana Pellegrini, VP Legal e Head of Diversity do QuintoAndar.

2 – Real inclusão

O mundo corporativo é palco de erros recorrentes. Entre eles, estão os processos seletivos de empresas que se dizem inclusivas, mas que buscam apenas cumprir de forma burocrática a contratação de determinadas minorias, sem de fato promover uma real inclusão desses públicos.

Para Victoria Dandara, Co-Fundadora e Coordenadora do Núcleo Trans e Travesti Jovanna Baby da USP, é importante estabelecer a relação de escuta entre posições de lideranças e grupos minoritários presentes na empresa. “Independentemente de fazer um processo seletivo específico para pessoas trans, por exemplo, se você, como empresa, não escuta aquelas pessoas que está contratando, essa medida se torna inócua”, afirma.

3 - Mapeamento de diversidade

Um dos primeiros passos para empresas que estão dispostas a tornar a inclusão uma realidade é realizar o mapeamento de diversidade. A partir do momento em que são identificados pontos a serem melhorados, fica mais fácil criar planos de ações afirmativas.

“É necessário tratar a inclusão como um desafio de negócios. Se a gente não for capaz de levar os produtos da empresa para todas as pessoas e, de fato, criar um ambiente criativo, inclusivo e heterogêneo, não é possível as pessoas serem plenas na sua identidade”, afirma Daniel Arbix, Diretor Jurídico do Google.

4 - Desenvolvimento de carreiras

Na maioria das empresas, existem pessoas em cargos de liderança jurídica que estão dispostas a compartilhar mais dos seus conhecimentos, mas não sabem como. A criação de um programa de desenvolvimento de carreiras, com líderes dispostos a fazer mentoria para as pessoas dos grupos de ações afirmativas, é uma ótima opção de desenvolvimento corporativo.

“A maioria das ações que têm efetividade em diversidade e inclusão não requer muito budget. Basta querer e ter pessoas que façam acontecer”, garante Ana Pellegrini.

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