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O que a NASA pode nos ensinar sobre presença nas redes sociais?

O espaço não é o limite para o sucesso da NASA nas redes sociais. Com conteúdos criativos e inusitados, a agência atribui o sucesso de engajamento orgânico fora da curva ao monitoramento das redes sociais.


A NASA acumula um engajamento nas redes sociais de dar inveja a qualquer celebridade com mais de 2 dígitos de milhões de seguidores. A marca possui mais de 500 canais de mídia social preenchidos com conteúdos que geram likes, compartilhamentos e retweets de forma orgânica em uma velocidade mais rápida que a de um foguete de ônibus espacial lançado no desconhecido universo. Essas interações ajudam a empresa a entender a relação do público com a marca e assim criar cada vez mais conteúdos assertivos.  

Para Eduardo Apolinário, Diretor de Operações de Client Success para Latam da Sprinklr, plataforma de gerenciamento de mídia social usada pela agência espacial norte-americana, o segredo na geração de tanto engajamento é conhecer o seu público e estar presente nas redes e nos momentos em que ele se encontra, além de desenvolver um conteúdo que seja de seu interesse. Para isso, monitorar as redes sociais é imprescindível: “A partir do resultado do monitoramento é possível saber o que funciona bem para o público e também as oportunidades não aproveitadas pela concorrência. Sabendo ler, compreender e analisar os dados obtidos a partir do monitoramento é possível realizar ajustes nas estratégias de forma rápida e assertiva, e a melhor forma de ter essas respostas é realizando um bom monitoramento das mídias sociais”.

As dicas de Eduardo se mostram eficientes ao analisarmos a presença da NASA no ambiente social. A agência possui contas em múltiplas plataformas, desde as mais tradicionais, como Facebook, Instagram, Twitter e Snapchat, quanto as menos frequentadas, como o Reddit e o Soundcloud, e todas são bem sucedidas graças a uma avaliação integrada de tudo o que acontece nelas. O vice-gerente de mídia social da NASA, Jason Townsend, e a estrategista de engajamento digital Brittany Brown, apostam fortemente no gerenciamento de mídia social para obter números de fazer brilhar os olhos. Eles afirmam que são feitos uma média de seis a oito posts por dia no Facebook e LInkedin, e de 10 a 12 tweets por dia, exceto durante eventos ao vivo - como lançamentos de foguetes, caminhadas espaciais, perguntas e respostas e sessões de opinião com especialistas - quando esse número pode chegar a 25 tweets diários.

A agência também costuma publicar uma foto ou vídeo no Instagram a cada dia, além de duas ou três histórias semanais no Snapchat, Instagram e Facebook, cada uma com cerca de seis a dez elementos. Townsend afirma que os posts da NASA normalmente alcançam dezenas de milhões de pessoas diariamente em todas as suas plataformas, gerando outras dezenas de milhares de interações (comentários, respostas, mensagens), bem como centenas de milhares de curtidas diariamente.

O segredo da estratégia da NASA

Townsend afirma que a estratégia social da NASA está em constante evolução: “Somos abençoados com um conteúdo incrível e queremos que ele seja visto pelo maior número possível de pessoas”, afirma. Junto com Brown, ele supervisiona uma equipe encarregada de criar, programar e postar mais de 500 contas da NASA e trabalhar sob sua divisão de serviços digitais. “Nossas operações são integradas, e isto seria impossível sem o apoio da tecnologia”, disse Brown.

O tesouro de conteúdo visual da organização funciona bem no Instagram, e eles usam o Instagram Stories e a IGTV para contar histórias mais longas e duradouras, mapeando o conteúdo que será produzido para os canais com um calendário editorial. A NASA centrou seus esforços no Snapchat recentemente, consolidando tudo em uma conta, em vez de estabelecer contas separadas para missões individuais. A agência criou mais de 300 Snapchat Stories nos últimos dois anos, e Brown acrescenta que o processo é similar ao Instagram: “Crie um arco de história, mapeie como Stories se parece (storyboard), determine como o tom será diferente no Snapchat versus Instagram e veja o uso de emojis e adesivos”.

Townsend acrescentou que o Snapchat fornece um bom caminho para a NASA se conectar com o público mais jovem e envolvê-los com mais tópicos STEM (sigla em inglês para ciência, tecnologia, engenharia e matemática), chamando-o de “um pouco de brincadeira para inspirar a próxima geração de exploradores”. Quanto a outras plataformas, a NASA cria GIFs animados para o Tumblr e usa o LinkedIn para se concentrar em histórias sobre pessoas. 

Enquanto o conteúdo visual da NASA prospera, a organização também obteve sucesso com o áudio. “O SoundCloud é uma história realmente interessante para nós”, disse Townsend. "Isso nos ajuda a nos conectar com um público não tradicional.” Os posts que a NASA compartilha no SoundCloud incluem sons de auroras em torno de Saturno e ondas da atmosfera superior a Terra, bem como "momentos mais emblemáticos da história", como o Controle da Missão conversando com a Apollo 13 e os motores de foguetes da espaçonave. 

Brown garante que a Nasa continuará a identificar oportunidades de participar de conversas que já estão acontecendo. “Utilizamos a Sprinklr para identificar o que outras pessoas estão falando? Em que nosso público está interessado? Assim conseguimos criar conteúdo natural e orgânico, não de maneira forçada ”.

Análise sobre o sucesso da NASA nas redes sociais

Eduardo atribui o sucesso da NASA nas rede sociais não só ao conteúdo criativo que instiga a curiosidade das pessoas, mas também ao constante monitoramento que a agência espacial promove. Ao identificar o comportamento do público em cada rede, ela consegue adaptar os mesmos conteúdos com foco no perfil de cada uma e alinhar a divulgação ao objetivo de negócio da agência.

“Para saber o que uma marca deve postar, como postar e em qual momento, é imprescindível conhecer o público e seus hábitos. Mesmo tendo um conteúdo de fora deste mundo, literalmente, a NASA não conseguiria um sucesso em tantas redes se não soubesse exatamente o que o seu público procura e espera dela”, conclui.

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