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TI deve ser a bola da vez em ESG?

A indústria de TI está sob crescente pressão para reduzir suas emissões de carbono. Atualmente, o setor é responsável por 2% a 3% das emissões globais, de acordo com a ONU, mas à medida que o mundo fica online, esse número pode crescer rapidamente se não for controlado.

Em nosso mundo digital, a TI tem entrou no radar tanto na implementação quanto na cobrança das iniciativas ESG (Environmental, Social and Governance). É a maior transparência que a tecnologia trouxe que possibilita que os stakeholders pressionem as empresas a atender às suas necessidades e que os investidores avaliem as empresas em seu desempenho ESG. E a TI tornou-se central para permitir que a empresa atinja suas metas ESG.

O papel da TI


Cada pedaço de código que os engenheiros desenvolvem terá um impacto na pegada de carbono cada vez que for executado. Assim como os engenheiros podem otimizar o seu código para maximizar a velocidade e escalabilidade, eles também podem otimizá-lo para minimizar a pegada de carbono.


Pesquisa da S&P Market Research, feita com 825 tomadores de decisão em TI de 19 países, mostra que o ESG está se tornando uma prioridade para os líderes de TI. Se em 2020 esse índice era de 26%, em 2023 deve chegar a 57%.


Já outra pesquisa com 218 líderes europeus de TI feita pela Coeus Consulting descobriu que 90% consideram a sustentabilidade um “objetivo central de TI”. Mas, por outro lado, a pesquisa da Coeus Consulting sugere que os líderes de TI ainda têm um longo caminho a percorrer: apenas 13% dizem que a sustentabilidade de TI é uma parte essencial de seu processo de procurement, com a maioria descrevendo-a como 'moderadamente importante' ou ' bom ter '. Mas 45% acreditam que será fundamental em três anos.


O impacto social e ambiental dos produtos e serviços de TI que as organizações compram e das empresas das quais compram terão uma influência significativa em seu próprio perfil ESG. A aquisição de TI, portanto, tem um papel importante a desempenhar no alcance dos objetivos de sustentabilidade.


Data centers: será que precisam ser os vilões?


Previsões indicam que o consumo de energia dos data centers deve responder por 3,2% do total de emissões mundiais de carbono até 2025 e eles podem consumir nada menos que um quinto da eletricidade global. Em 2040, o armazenamento de dados digitais deverá gerar 14% das emissões mundiais. E, de acordo com estudos, cerca de 40% da energia total que os data centers consomem é destinada à refrigeração de equipamentos de TI.


Mas, segundo o IDC, se todos os data centers em uso em 2024 forem projetados para a sustentabilidade, isso poderia economizar 1,76 bilhão de toneladas. A estimativa de redução é baseada na suposição de que 60% dos data centers adotarão tecnologias e processos inteligentes e sustentáveis.

Uma solução inédita foi anunciada em março por um grande provedor de serviços de data center. Todo o calor residual gerado pela nova instalação na Finlândia será utilizado para aquecer residências e empresas na região, em parceria com uma empresa elétrica.

Além dessa, existem diversas outras oportunidades para os gestores de data centers reduzirem o impacto ambiental enquanto mantêm os níveis de serviço acordados, desde o desenvolvimento do projeto ou retrofit, com um eficiente serviço de IT Consulting e de Data Center Retrofit, até a sua realocação, com um processo de Data Center Moving Room.


Investir em serviços e soluções com uma mentalidade de “sustentabilidade em primeiro lugar” e buscar ativamente maneiras de reduzir o desperdício pode construir uma cultura ambientalmente sustentável. E uma compreensão de todo o cenário de emissões de carbono – operações internas, fornecedores, clientes e parceiros – é fundamental para os líderes de TI inspirarem e impulsionarem a ação, entendendo as especificidades dos objetivos do negócio e buscando as soluções mais alinhadas às iniciativas ESG.


Por Ricardo Perdigão, diretor da Tecnocomp

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