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De criptomoedas a eleições, blockchain promete mudar relações de confiança



Tecnologia permite que transações e compartilhamento de dados tenha nível elevado de segurança e transparência; mercado global deve chegar a US$ 23,3 bilhões em cinco anos


O blockchain é um código com fonte aberta, em que qualquer pessoa pode baixá-lo e executá-lo para desenvolver novas ferramentas para ogerenciamento de transações online. Estas movimentações são autenticadas e deixam um histórico, ou seja, um rastro de modificações. Trata-se de uma lista crescente de registros com dados distribuídos e encadeados usando criptografia. O blockchain vem adquirindo cada vez mais importância no mundo dos negócios, como a tecnologia digital que traz segurança ao registrar e compartilhar com outros usuários toda e qualquer transação. Ela ficou mais conhecida a partir da disseminação das criptomoedas, mas este é apenas um dos usos da tecnologia. A consultoria Markets and Markets estimou em US$ 1,2 bilhão o mercado de blockchain em 2018 e projeta que ele chegará a US$ 23,3 bilhões em 2023.


Na Suíça e na Estônia, por exemplo, os cidadãos podem votar sobre algumas questões da administração pública pela internet. Enquanto na Suécia, o registro de imóveis permite a comercialização dos bens usando o modelo de contrato inteligente. Estes processos são validados por meio do blockchain. “Vivemos uma crise de confiabilidade. Mas, com o blockchain podemos fazer trocas mútuas, ou seja, ao mesmo tempo que passo o dinheiro, recebo o contrato. Pela primeira vez podemos confiar uns nos outros, numa colaboração mediada por um código”, exalta Celso Avancini, Especialista de Mercados e Capitais, que trabalha em uma financeira de criptomoedas, que também é um entusiasta da nova tecnologia que garante que é inviolável e traz transparências aos processos.


Para ele, o objetivo do blockchain é simplificar as transações, eliminando a necessidade de intermediários. “Estamos num mundo digital que exige confiança, confiabilidade e transparência. Era necessária uma tecnologia que impedisse um ‘gasto duplo’. Vamos pensar no dinheiro, ou no contrato, por exemplo, se eu te passo o dinheiro, em papel, você pega e sabe que está com ele. No meio digital, o que me impede de dizer que eu dei o dinheiro digital para A e também dei o mesmo dinheiro para B?”, exemplifica o Cientista da Computação, Paulo Simões, que trabalha para uma renomada empresa de tecnologia dos Estados Unidos.  No Brasil, algumas aplicações de blockchain já estão sendo feitas e, de acordo com pesquisa realizada pela consultoria IDC em 2018, o país era o 11º no mundo no desenvolvimento e uso da tecnologia. “No ano passado, houve um crescimento exponencial das comunidades e empresas investigando sobre o tema. Empresas de diversos ramos, inclusive públicas, como o BNDES, O Banco Central, a Receita Federal e a Dataprev são instituições que tem investido no blockchain”, aponta Simões.


A segurança e transparência da tecnologia é garantida pelo sistema de validação, que tem que ser feita por todos aqueles com acesso ao bloco. “Cada um consegue ver o mesmo banco de dados, se o banco de dados do seu vizinho está corrompido, você está vendo. Este é o controle. A validação é por consenso, não é pela maioria. Se tem um dado divergente para alguém, não há consenso nem validação. Todo mundo tem que ‘falar’ que o que está no bloco é igual ao de todo mundo. Caso esteja igual, fecha o bloco e está validado”, explica Fabson Vogel, Analista de Produtividade e Inovação da ABDI.

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