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Invista com inteligência e fuja da poupança

Mitos que envolvem a poupança e por que não é um investimento que vale a pena.


O calcanhar de Aquiles do investidor leigo brasileiro é a caderneta de poupança. É algo cultural, historicamente foi o método de poupar dinheiro mais difundido no Brasil graças ao empurrão dado pela publicidade dos bancos. Para eles, sim, a poupança é um ótimo negócio.


O dinheiro aplicado pelos correntistas é um fundo para os bancos, é da poupança que vem boa parte do dinheiro usado nos empréstimos e financiamentos imobiliários.


Um fator que justifica a fixação do brasileiro pela boa e velha caderneta é a tríade liquidez, segurança e retorno. A poupança dá liquidez e segurança ao investidor, o problema é que não dá retorno. Mesmo com a Selic a 13,75%, a poupança rende pouco se comparada a investimentos conservadores.


Existe também um ponto polêmico que é o ranço do brasileiro com imposto. Boa parte da população prefere ganhar menos a ter que pagar tributos. Explicando em miúdos, o brasileiro prefere ganhar R$ 10 do que ganhar R$ 50 e ter que pagar R$ 20 para o governo. Essa, de certa forma, é a lógica de quem prefere a poupança - isenta de imposto de renda.


A implicância com imposto é tão grande que quando um especialista sugere ao cliente a migração da poupança para um investimento, a primeira pergunta é: “Tem alguma coisa sem cobrança de imposto?”. Bem, existe a Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), porém, ambas têm um período de carência – normalmente a partir de 90 dias - que pega muito investidor mal-informado desprevenido. A realidade é que não existe hoje um produto com liquidez diária e rentabilidade próxima de juros sem imposto de renda.


O caminho natural para quem está saindo da poupança é o Tesouro Selic, com liquidez D+1 (de até um dia útil após a solicitação de resgate). Também são alternativas conservadoras o CDB pós-fixado, fundos de renda fixa referenciados DI e a própria LCI ou LCA (para quem consegue se organizar quanto à carência). Em qualquer um deles, o investidor tem segurança e um retorno mais interessante do que na poupança. Quanto ao resgate, basta se programar.


No curto prazo, a diferença é muito pouca se você comparar estes investimentos. Todos têm 22,5% de imposto de renda sobre o lucro obtido no prazo de até seis meses. Para quem sai da poupança e começa a aplicar dinheiro em investimentos conservadores, a diferença é mais perceptível no longo prazo. No site www.tesourodireto.com.br, o investidor pode acessar um simulador em que compara quanto renderia o seu dinheiro aplicado na poupança versus aplicado no Tesouro Direto. Vale a pena conferir!


Existe também, por parte do correntista, o medo de ter algum produto de investimento sendo “empurrado” para ele no banco. A insegurança é tamanha que, geralmente, ele evita o assunto com o gerente e mesmo quando recebe uma oferta de aplicações mais rentáveis, prefere ignorar. Pela autonomia que o correntista tem para depositar e sacar dinheiro da poupança, sem intermediários, ele prefere continuar fiel à caderneta - mesmo que isso signifique sacrificar bons rendimentos.


Mitos da poupança


Mito 1: Outros investimentos são mais complicados


Existem diversas opções de produtos financeiros no mercado, por isso é importante estudar para identificar quais investimentos melhor atendem o seu perfil.


Para os leigos, o ideal é contar com o suporte de um especialista em investimentos, que é o profissional certo para dar orientações na área e descomplicar o processo.


Mito 2: Para quem tem pouco dinheiro, o melhor é aplicar na poupança


Negativo. Muita gente pensa que não vale a pena investir pouco dinheiro. Escolhe aplicar na poupança para acumular um patrimônio mais robusto e só depois entrar na rota dos investimentos. Eis um grande equívoco!


Lembra dos juros compostos? Graças a eles o tempo e a taxa de juros importam mais que o valor dos aportes. Investindo pequenos valores de forma sistemática durante muitos anos, maior será o montante acumulado e, com os juros rendendo sobre juros através do tempo, maior será o rendimento.


Mito 3: Só a poupança permite o saque em emergências


Imprevistos acontecem. Por isso, ter uma reserva de emergência é essencial dentro de um planejamento financeiro. A boa notícia é que existem alternativas, além da poupança, para guardar o seu dinheiro e resgatá-lo quando necessário.


São diversas as opções de investimentos com liquidez diária, que permitem ao investidor sacar o dinheiro no mesmo dia ou no dia seguinte. Títulos do Tesouro Direto, fundos DI de liquidez diária e produtos de renda fixa são boas alternativas.


Mito 4: Instituições financeiras não são confiáveis


Volta e meia surgem histórias de algum conhecido que fez um investimento por conta própria e perdeu o dinheiro. Ou de alguém que fez um mau negócio aplicando dinheiro em um fundo sem qualquer fundamentação e saiu no prejuízo.

São situações que afetam a credibilidade das instituições financeiras, mas que podem ser evitadas caso o investidor leigo busque o auxílio de um especialista em investimentos. O especialista, após analisar o perfil e os objetivos do investidor, saberá indicar qual investimento é mais aderente a sua realidade. Procure por profissionais certificados e não deixe o medo afetar a sua jornada.



Por Fabio Louzada, economista, analista CNPI e fundador e CEO da escola Eu me banco,

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