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Os desafios da indústria do cinema em Hollywood, como a tecnologia a está mudando

O avanço da tecnologia tem contribuído muito para a inovação na indústria cinematográfica


A indústria de efeitos visuais de Hollywood impressiona cada vez mais com a realidade do trabalho produzido. Muitas vezes não podemos distinguir o que é real e o que é produzido em computador. O avanço da tecnologia tem contribuído muito para a inovação na indústria cinematográfica. Porém apesar da enorme evolução, um grande problema se encontra por trás dos bastidores.

Com um mercado extremamente concorrido e com margens apertadas, muitos estúdios de VFX (termo usado na indústria para Efeitos Visuais) se desesperam para pegar grandes trabalhos e reduzem o preço, afetando a indústria de efeitos visuais.

Há 20 anos, os grandes filmes tinham apenas 300 cenas de efeitos visuais, como no Titanic. Hoje a média cresceu para mais de 3.000, e os estúdios de VFX possuem equipes com mais de 400 pessoas trabalhando na produção. Antigamente o mercado era muito pequeno, mas hoje temos empresas em diversos países oferecendo trabalhos competitivos com preços reduzidos.

Os principais desafios desta indústria são margem baixa, curto prazo de entrega e padrão extremamente alto de qualidade. Com a complexidade do processo, o nível de estresse nas equipes é enorme. Muitas horas extras são necessárias para garantir a entrega do trabalho. Inclusive, não raramente, algumas as cenas são entregues uma semana antes do lançamento do filme.


É comum que as grandes produções distribuam os trabalhos entre diversos estúdios de efeitos visuais, para que não coloquem todos os ovos em apenas uma cesta. Muitas vezes a dificuldade na produção é muito maior do que o esperado. Um exemplo seria uma cena de explosão de apenas alguns minutos, que possui um custo, entre equipe e equipamento, de quase $80.000. Refazer a mesma cena para se chegar à perfeição significa utilizar a margem lucro. É por isso que vemos, ou filmes que perdem a qualidade da produção ao longo do enredo, ou estúdios de VFX que vão à falência após ganharem o Oscar de efeitos visuais, como aconteceu com a Rhythm & Hues, que foi à falência após ganhar o Oscar com o filme “A Vida de Pi” em 2012.


A introdução de novas tecnologias para a produção é algo que pode salvar a indústria. Em 2015, quando a Magnopus participou da produção do filme Mogli, O Menino Lobo, que ganhou o oscar de Melhor Efeitos Visuais em 2017, nós enxergamos diversos problemas que poderiam ser resolvidos com o uso de Realidade Virtual. Muitos disseram que isso jamais aconteceria.


No início de 2017, a ideia foi transformar a produção do Rei Leão em um videogame, onde a equipe de filmagem teria avatares dentro da savana do filme, com total controle, podendo mudar objetos de lugar com os controles de realidade virtual, como animais, árvores, montanhas, e até o sol, controlando a claridade das cenas.

A nossa tecnologia não só trouxe maior agilidade na produção, fazendo com que o diretor assistisse a cena em tempo real, mas reduziu o custo da produção.



Esse é somente um dos exemplos de como a tecnologia pode transformar uma indústria que, apesar de transformar sonhos em realidade na tela do cinema, encontra muitos pesadelos no seu caminho. Essa realidade é desconhecida da maior parte do público.


Por Bernardo Machado, head de finanças, Magnopus Los Angeles.


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