Segurança em condomínios: erros comuns, soluções inteligentes e o papel de todos
- Redação
- 1 de jul.
- 3 min de leitura
Câmeras nas entradas, porteiros atentos, muros altos e sensores de presença

À primeira vista, parece que a segurança dos condomínios está garantida. Mas na prática, falhas simples — e muitas vezes ignoradas — podem abrir as portas (literalmente) para riscos como furtos, invasões e até situações de violência.
Fato é o que risco é maior e mais próximo do que se imagina. Você sabia? 70% dos furtos em condomínios ocorrem com algum tipo de falha no controle de acesso. A maioria dos invasores age entre 14h e 18h, quando há menos vigilância. Apenas 38% dos condomínios realizam treinamentos periódicos com seus funcionários.
"A maioria dos condomínios ainda atua no improviso quando o assunto é segurança. É comum encontrarmos locais com excelente infraestrutura, mas com falhas graves de protocolo, treinamento e envolvimento dos moradores", afirma Humberto Watanabe, CEO da Ghaw Serviços e especialista em segurança patrimonial.
Os erros mais comuns: do excesso de confiança à falta de planejamento
Entre os equívocos mais frequentes, Watanabe destaca a ausência de um plano de segurança integrado. “Sem uma estratégia clara, baseada em avaliação de riscos, qualquer sistema de segurança perde força. É como um carro potente, mas sem motorista”, compara.
Outro ponto crítico é o treinamento dos funcionários. Porteiros e vigilantes são a linha de frente contra ameaças, mas muitas vezes estão despreparados para agir sob pressão. “Treinamentos práticos e simulações reais devem fazer parte da rotina”, alerta o especialista.
E o que dizer da famosa confiança no porteiro "de casa"? Segundo Watanabe, esse é um erro clássico: “Por conhecer os moradores, alguns porteiros relaxam na checagem. É aí que oportunistas agem. Familiaridade nunca deve substituir protocolo.”
A negligência se estende também ao uso de tecnologias. Câmeras mal posicionadas, com imagens ruins ou sem gravação útil, são comuns. “As pessoas investem em equipamentos caros, mas esquecem da manutenção e da estratégia de instalação”, aponta.
Portaria física, virtual ou híbrida? Depende.
A escolha entre portaria tradicional e soluções tecnológicas, como a portaria remota, levanta dúvidas em muitos condomínios. Para Watanabe, a melhor escolha depende do perfil dos moradores e da estrutura existente. “A portaria virtual reduz custos e é altamente eficaz quando bem implementada. Mas requer uma boa infraestrutura de internet e energia, além de uma curva de adaptação para alguns moradores.”
Já a portaria física continua sendo preferida por quem valoriza o contato humano. “É especialmente útil para moradores idosos ou em locais onde o tempo de resposta é crucial”, avalia. A solução ideal? Muitas vezes, é o modelo híbrido: porteiro em horários de pico, combinado com sistemas remotos no restante do tempo.
Tecnologia: aliada poderosa, mas não infalível
As câmeras de segurança são essenciais, mas não fazem milagre. “Elas não impedem um crime por si só. Precisam estar bem-posicionadas, com boa imagem e gravando constantemente. E devem ser parte de um sistema mais amplo, com controle de acesso, alarmes e vigilância ativa”, destaca Watanabe.
Os locais prioritários para instalação incluem portarias, garagens, corredores e rotas de fuga. “Áreas esquecidas, como escadas de emergência, muitas vezes são usadas por invasores”, alerta.
O perigo mora no grupo de mensagens
Sim, a comunicação digital é indispensável na vida condominial. Mas requer cuidados. “Compartilhar rotina, documentos ou informações de segurança em grupos abertos é um convite ao risco”, avisa o especialista. O ideal é usar aplicativos de gestão com login autenticado e manter o foco dos grupos nos temas relevantes — nada de correntes, piadas ou discussões acaloradas.
Condomínios pequenos: segurança também é prioridade
Engana-se quem pensa que prédios com poucas unidades estão imunes a ameaças. “Criminosos sabem que nesses locais há menos vigilância e mais confiança entre vizinhos. Por isso, soluções acessíveis como portaria remota, câmeras com acesso pelo celular e redes de vizinhança são altamente recomendadas”, diz Watanabe.
Engajamento dos moradores: a peça-chave que falta
De nada adianta porteiros bem treinados, câmeras de última geração e sistemas modernos se os próprios moradores ignoram as regras. Para o especialista, segurança começa com cultura. “É fundamental envolver os condôminos com campanhas, comunicados e assembleias temáticas. Quando todos entendem que têm responsabilidade no processo, o resultado aparece.”
E quando a ameaça vem de dentro?
Casos de violência, ameaças ou conflitos dentro do condomínio devem ser tratados com seriedade. “É obrigação da administração acionar a polícia em situações graves. Tentar resolver internamente pode resultar em omissão”, explica o CEO da Ghaw. O síndico deve manter neutralidade, registrar os fatos e, se necessário, rever os protocolos.
Segurança é investimento, não despesa
A segurança condominial exige um olhar estratégico, treinamento contínuo, uso inteligente da tecnologia e — acima de tudo — comprometimento coletivo. Como resume Humberto Watanabe:
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